domingo, 22 de junho de 2008

Espelho

Eu, Liz Espelho, confesso-me verdadeira e minuciosamente perfeita. Perfeita sim! Porque toda imperfeição que vejo, me torna a mais bela garota de Jobim diante de mim: o espelho.
Eu mesma, o espelho. Sou a que coletou toda expressão facial de Captu, porque também sou Captu! Se duvidares, digo mais, sou tudo o que se pode vê e nada além do olhar. Eu sou essa mesmo, toda imagem e semelhança que se pode criar, aceitar ou ignorar – não há nada de surpresa e de inesperado.
Ah! Confesso-me com toda satisfação diante de todos, para que possam me ver através de mim mesma. Olhem para mim...Olhem para o espelho! Então verás que sou eu e todos àqueles com braços, pernas, olhos, me verás perfeitinha...A qual não se sente pena e que vale a pena ser você, ser ele, ser todos, ser seu espelho...Sou igualzinha o que o olhar vê, sem tirar, nem pôr. E mesmo que mudem o ângulo, continuarei sendo eu – o espelho: impenetrável, resistente, frágil, misterioso, aparente.
Mas como espelho, sou mais uma injustiçada. Exposta a pedradas quando estou embaçada acabo mostrando o que o olhar não quer ver, e aí não posso ser mais ele, você, todos...Só posso ser eu mesma – o espelho.

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