segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Deixa Sair...
não sua,
não gasta,
não libera,
não respira;
acumula.
Tudo que você
não chora,
não perdoa,
não esquece,
não cresce;
entope.
Tudo que você
não ri,
não abraça,
não beija,
não ama;
apodrece.
Tudo que você
não muda,
não troca,
não avalia,
não retifica;
empaca.
Tudo que você
equilibra,
aprende,
revê,
expande;
liberta.
Voz
O timbre amortece a voz áspera
Encanta os olhares perdidos
Canta para não perder os sentidos
Sentido pelo querer ter: você
Seu timbre encosta no eu
Inventado pelo seu
Encanto, canto
Prosa em verso
Avesso atravessado
Pelo nosso amor concreto
Apontado, apronto, afronto
Aos olhos dos mortais
Imortal – as cores contadas por você
Conto por conto
Ponto cruzado
Emaranhado do bem querer
Hoje
Dia após dia
A fôrma forma a letra
Por letra – palavra
Nossa história
Paciência...
Escuto seu timbre batendo no meu peito...
Tragada
Cheia de Graça
Traga esses olhos, mistérios.
Ímpeto doce, disfarce sério
Da arte circense de enxergar
Como fêmea ao procriar
Não esqueça das mãos
Deslize e perfeição
O tato a mando da imaginação
Que não se pode revelar
Traga também seu corpo
Inocente e perigoso
Provoque e evoque
Os raios, queimando-a
E por fim, Mulher cheia de graça,
Traga consigo fantasia,
Poesia, loucura
Alma pura, suja
Equilibrando os desajustes imperfeitos
Que a torna perfeita:
Mulher!