Hoje descobrir que nem todos os finais são felizes; que meus dois nomes não facilitam a minha vida; que existem pessoas que não devem ser queridas, mesmo quando sentidas. Hoje eu descobrir que existe mentira em verdades não ditas; que os racistas não são seres hipocritas, são mediocres; que as religiões são um refúgio necessário. Vi até flores dá no asfalto dentro dos olhos de quem eu não gostava muito (eh, as aparências enganam mesmo); vi todos - até eu - olhando a vida indo e vindo em uma dinamica perfeita de conveniências; Vi vários botões de cravos na mão de minha mãe, todos para mim! Ouvi tiros entrando em crianças bem na porta de minha casa; ouvi corpos no chão e todos andando; ouvi o barulho do trio da Festa de Labatut, ehh; ouvi os gritos de fome na festa de Labatut, ahh; ouvi ofensas da boca do amor do meu amor; ouvi sentenças de morte de quem nunca sentiu e sentir literalmente o "cheiro do ralo". Cherei, mas cherei com bastante cuidado ao sair de minha casa. Voltei e acendi um incenso, uhm; Cherei o incenso; sair, mas ainda cheirava o medo de vê o norte; cheirei o asco dos que me olhavam; cheirei a dor disfarçada; cheirei os risinhos de lado e o "tudo bem" de quem nem pensava; cheirei as vontades que preferem se esconder para social ser; cheirei a angustia de não saber o que fazer, mas fazer; cheirei a inércia, o odor forte da indiferença e comecei a bailar, a dançar para a realidade que não pertenço, mas preciso, dançar e dancei; dancei para os brancos e os embranquecidos; dancei para ciência que não me dava resistência; dancei para vários que não sabiam dançar pelas curvas do meu sonhar; dancei nos palcos sem vida, só para reviver almas mortas; dancei com a liberdade, a esperança e a verdade - pensei que elas continuariam comigo o resto do dia, mas hoje apenas dancei por dançar
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