quinta-feira, 26 de junho de 2008

Ninguém quer Mostrar

Estou perplexa com o caos
Fito com veracidade toda a situação
Não consigo vê nada!
Nada que compre a morbidade
Que mereça a indiferença
que me dê a normal sentençade
passar por cima - do caos

Movo aos latidos dos sons estridentes
seguro à força a minha testa
com a pouca hipocrisia que me resta
Ando...sem olhar para os lados
psiu! calado!
Não há nada de baixo do seu nariz
- assim me tenho falado -
Falo, falo, falo, falo
Fecha o olho do caudilho
Não é bom vê o fundo
Escondido pelo rabo

Pego o meu Jaez
Alinho-me a multidão
Ligo a televisão, café e doses de moralidade tartufos
- eh! Maconha não!
Mas quanto vale um pacotinho
No show dos meus vizinhos?
Bôra, pelo menos os moleques ganha uma...
Péra, meu pai não pode saber:
Pronto! fazer cursinho,
Trabalhar para o padrinho,
casa, carro, filhos
- Filhos! Eh, maconha não!
- Filhos? Eh, aborto não!
Mas foi de tão mal jeito
Nem gozei direito
Bôra, o corpo é meu, a escolha é minha
Sou decidida e indiferente a imposta soberania da vida
Péra, meu pai não pode saber:
Pronto! Clínica clandestina,
namoradinho de família
E te amo, te amo, te amo, te amo
enquanto dure...
Mas tá mole
Não tem conversível,
Não ganha em todos os fundos,
como acha que vai comprar o mundo?
- Eh! capitalismo não!
Mas eu não gostava mesmo
Ele nem se arrumava direito
Não parecia como na televisão.
Quero um amor de verdade
Não importa a compreensão
Amor não é caridade
mas eu dou vez ou outrana PRAÇA da PIEDADE
Correndo para o trabalho
Solto umas nicas no chão
Estou fazendo a minha parte
- Economia solidária -
igualzinho a televisão
- Eh! Mas capitalismo não, ne?!
Coitados, já são pretos
E tão feios,não conseguiriam mesmo emprego
A só-ciedade é mesmo racista.
- Eh! Mas racismo não!
Por isso que tenho uma amiga negra
É uma negra bonita
Só não gosto quando se veste muito colorida
E dança no meio da praça
Sem vergonha da nada.
Sou muito legal
Ela é minha amiga
- Eh, racismo não!
Agora tem negro até na televisão
Na minha sala, na faculdade
até na reunião
que fazem lá no salão.
Tá certo, somos todos misturados,
mas vou falar pra minha filha
Pra não dá a aquele preto da avendida
As coisas tem que ficar bem definidas
Cada um do seu lado
É drogado! E maconha não!
Não quero um neto da boca
Aberta para as falácias
Igual naquele jornal da tv
Senão... aborto sim.
Quero um neto médico.
Não de posto médico
que ganhe muito e me dê uma vida digna
Muito capital sim!

Estou perplexa com o caos
Fito com veracidade toda a situação
Lençois branco cobrindo a podridão
Inércia dos anormais
Inconsciencia dos normais
Nada que mereça atenção
Tudo em perfeita comodidade,harmonia e união
Afinal, somos todos irmãos...

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